Ordem alerta para excesso de alunos de Enfermagem a ter formação prática nos serviços de saúde
Público, 25 de Março de 2008
Numa enfermaria de um hospital estão internados 24 doentes, há quatro enfermeiros que lhes prestam cuidados e que, ao mesmo tempo, têm que tutelar a aprendizagem de 15 estudantes universitários de enfermagem. A situação é imaginada mas outras como esta acontecem nos serviços de saúde portugueses e podem implicar a falta de qualidade formativa em cursos de enfermagem, alertou ontem a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Maria Augusta de Sousa, numa reunião que teve com o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago.
Há cerca de 15 mil alunos de Enfermagem nos quatro anos de curso, metade do seu tempo de aprendizagem tem que ser dedicado ao ensino clínico, com a prática directa em serviços de saúde, explica a bastonária. "Hoje há um número excessivo de estudantes para a capacidade de resposta existentes nos serviços", nota.
Na primeira quinzena de Abril a Ordem dos Enfermeiros comprometeu-se a identificar as situações em que o problema mais se coloca para as dar a conhecer ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
As decisões a tomar caberão à tutela, refere Maria Augusta de Sousa. Se se comprovar que não há condições para dar esta parte da formação obrigatória com qualidade, a solução pode passar pela diminuição das vagas para Enfermagem no ensino superior. A responsável reforça que a falta de qualidade da oferta formativa pode ter "repercussões na prestação de cuidados.
"Na nossa opinião há situações acima do que é aceitável, em que o número de alunos nos serviços é superior à sua capacidade de resposta", sublinha. O ponto da situação que a ordem vai entregar ao ministério prevê o balanço da oferta formativa "com a nova reorganização de serviços de saúde", ou seja, já depois dos fechos.
A desadequação da oferta formativa não implica, segundo a bastonária, um excesso destes profissionais de saúde face às necessidades da população. Pelo contrário, há carências.
Por ano saem das cerca de 40 escolas de enfermagem do país à volta de três mil licenciados, uma grande percentagem tem dificuldades em arranjar emprego a seguir ao curso.
Há cerca de 15 mil alunos de Enfermagem nos quatro anos de curso, metade do seu tempo de aprendizagem tem que ser dedicado ao ensino clínico, com a prática directa em serviços de saúde, explica a bastonária. "Hoje há um número excessivo de estudantes para a capacidade de resposta existentes nos serviços", nota.
Na primeira quinzena de Abril a Ordem dos Enfermeiros comprometeu-se a identificar as situações em que o problema mais se coloca para as dar a conhecer ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
As decisões a tomar caberão à tutela, refere Maria Augusta de Sousa. Se se comprovar que não há condições para dar esta parte da formação obrigatória com qualidade, a solução pode passar pela diminuição das vagas para Enfermagem no ensino superior. A responsável reforça que a falta de qualidade da oferta formativa pode ter "repercussões na prestação de cuidados.
"Na nossa opinião há situações acima do que é aceitável, em que o número de alunos nos serviços é superior à sua capacidade de resposta", sublinha. O ponto da situação que a ordem vai entregar ao ministério prevê o balanço da oferta formativa "com a nova reorganização de serviços de saúde", ou seja, já depois dos fechos.
A desadequação da oferta formativa não implica, segundo a bastonária, um excesso destes profissionais de saúde face às necessidades da população. Pelo contrário, há carências.
Por ano saem das cerca de 40 escolas de enfermagem do país à volta de três mil licenciados, uma grande percentagem tem dificuldades em arranjar emprego a seguir ao curso.