sábado, 2 de fevereiro de 2008

Adiado encerramento do serviço de Oncologia de Cascais

Foi adiada a assinatura do protocolo que impõe a transferência dos novos doentes oncológicos para outras unidades que não o hospital de Cascais. Este era um passo decisivo para o encerramento da unidade de oncologia daquele hospital, mas a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo protelou a decisão depois de, no passado dia 31, os directores de serviço e chefes de unidade do Hospital terem colocado os seus lugares à disposição. Os responsáveis clínicos do hospital são da opinião de que o protocolo "põe em causa o tratamento médico e cirúrgico dos doentes oncológicos do concelho de Cascais". O director das urgências do hospital, e um dos signatários, Manuel Costa Matos, indicou que os médicos desconheciam que o protocolo de transferência estava para ser assinado agora e também que neste se determinava o fim das cirurgias oncológicas em Cascais.
O Hospital de Cascais trata actualmente cerca de 350 doentes oncológicos por ano, verificando-se um alto nível de satisfação dos utentes com o serviço e a inexistência de listas de espera para cirurgia e/ou tratamento. O encerramento desta unidade tem estado por isto envolto em polémica, tendo-se realizado, no passado Outono, diversas acções de protesto por parte de utentes, profissionais de saúde e autarcas.
Os termos propostos no protocolo em causa seguiam as "orientações" apontadas pelo ex-ministro da Saúde, Correia de Campos, com vista à transferência da gestão do futuro hospital de Cascais para o consórcio Teixeira Duarte/HPP-Hospitais Privados de Portugal (do grupo CGD). O contrato com este parceiro privado prevê que na nova unidade não exista um serviço de oncologia, pelo que, na lógica que orienta as PPP, o actual serviço deverá ser extinto de imediato, propondo-se a transferência dos utentes para o IPO, São Francisco de Xavier e Egas Moniz.